terça-feira, 17 de julho de 2012

Putas e vinho verde...


Não me lembro de metade da noite. Não sei onde estou, nem como aqui vim parar. A casa tem boa cara, e as caras, oh, e que caras... uma das empregadas pisca-me o olho, passa e língua pelos lábios, verga-se para que me seja possível entrever as perfeitas rotundidades que apresenta, a bel prazer, por entre um decote de proporções consideráveis, sendo simpático nas palavras.
A sala apresenta-se pouco iluminada, uma media-luz, um lusco-fusco próprio daquilo que de mais erótico há. Mas aqui não há nada que possa adquirir legitimamente esse nobre adjectivo. Uma absorta podridão apodera-se de todo o espaço, recantos bafientos inclusivé.
Como é que aqui vim parar?
Lembro-me dum jantar. Duma conversa acesa com uma catraia que não devia ter mais que a idade normal de quem acaba a escolaridade obrigatória. “A idade é um posto” é uma expressão extremamente subaproveitada nos dias que correm.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Just an ordinary day...


Good mornin’ mundo cruel. Tinha acabado de acordar quando o despertador se dignou a tocar. Abri a janela, acendi um cigarro e sentei-me no peitoril da janela como um suicida prestes a tomar uma decisão que o vai levar a ficar sem pés ou sem cabeça ou sem ambos, na melhor das hipóteses. Não é porem essa a minha intenção. Só quero disfrutar do sol solitariamente pelo tempo que o acaso e os excessos me permitirem. That’s the price to pay when you’re livin’ a devil may care kind of life. Sento-me sempre com as pernas pra fora da janela pela sensação estranha de obrigatoriedade de concentração, de atenção aos movimentos, uma espécie de estado de alerta induzido – se me descuido (e há fortes probabilidades) posso muito bem acabar no chão - e ninguém no seu perfeito juízo quer acabar no chão. O cigarro estava perto do fim quando dei por mim. Time to go get something to do. Bottoms up a glass of JD no7, “You Got A Killer Scene There, Man...” and let’s ride!